Prévia da série – Boston Celtics x Cleveland Cavaliers
Confronto direto na temporada: 3 a 1 Para o Cavs
Histórico nos playoffs: os times cruzaram outras seis vezes, com quatro vitórias do Celtics e duas do Cavs. O encontro mais recente aconteceu na primeira rodada de 2015 e teve varrida do time de Cleveland.
Curiosidade: a última vez que o Celtics tinha avançado à final do Leste foi em 2012. Assim como acontece neste ano, LeBron James estava do outro lado. A série terminou com vitória do Miami Heat em sete jogos.
Calendário da série
Jogo 1 – 17/05 (quarta) – 21h30 – em Boston
Jogo 2 – 19/05 (sexta) – 21h30 – em Boston
Jogo 3 – 21/05 (domingo) – 21h30 – em Cleveland
Jogo 4 – 23/05 (terça) – 21h30 – em Cleveland
Jogo 5* – 25/05 (quinta) – 21h30 – em Boston
Jogo 6* – 27/05 (sábado) – 21h30 – em Cleveland
Jogo 7* – 29/05 (segunda) – 21h30 – em Boston
*Se necessário
Boston Celtics
Campanha: 53 vitórias e 29 derrotas
Provável time titular: Isaiah Thomas, Avery Bradley, Jae Crowder, Amir Johnson e Al Horford
Técnico: Brad Stevens
Como chega à final do Leste: precisou de sete jogos para despachar o Washington Wizards. Dá para dizer que deu uma boa melhorada nos três últimos confrontos da série ao diminuir os pontos cedidos em contra-ataques para o adversário e contando com uma ajuda maior por parte dos seus reservas. Kelly Olynyk foi a grande estrela da sétima partida, mas Marcus Smart e Jaylen Brown também tiveram contribuições bem sólidas quando entraram na vaga de Amir Johnson.
Cleveland Cavaliers
Campanha: 51 vitórias e 31 derrotas
Provável time titular: Kyrie Irving, JR Smith, LeBron James, Kevin Love e Tristan Thompson
Técnico: Tyronn Lue
Como chega à final do Leste: bastante descansado, depois de ficar mais de uma semana sem jogar. Assim como o Golden State Warriors no Oeste, o Cavs também varreu as duas primeiras séries que disputou nos playoffs. Contra o Toronto Raptors, teve facilidade ainda maior em relação à que encontrou diante do Indiana Pacers. Foram 51 pontos de diferença somando as quatro vitórias sobre o time canadense na fase anterior.
O que merece atenção no duelo
O Cavs fechou a temporada regular com quatro derrotas consecutivas, o que até acabou sendo determinante para a perda da primeira colocação do Leste. A última vitória foi justamente em um jogo com o Celtics, em Boston, e por uma diferença de 23 pontos. Após aquela partida, LeBron James disse: “Nós jogamos o nosso basquete e somos um ótimo time quando conseguimos fazer isso.”
Do outro lado, Avery Bradley expressou mais ou menos aquilo que todo mundo que assistiu àquele jogo sentiu: LeBron se mostrou completamente dominante contra a defesa do Celtics, que não encontrou respostas para contê-lo. Não foi à toa que ele anotou 15 pontos e três assistências durante o segundo período, que foi o trecho da partida em que o Cavs disparou e acabou encaminhando a vitória. Nem Jae Crowder, nem Avery Bradley, nem ninguém conseguiu impedi-lo de atacar o garrafão e encontrar espaços, seja para ele próprio finalizar ou para algum companheiro livre.
Para qualquer equipe que vai encarar LeBron, o grande desafio para se ter alguma chance de vitória é encontrar uma maneira de defendê-lo, pelo menos ao ponto de não deixá-lo ter uma produção ofensiva tão absurda. Foi o que o Celtics não conseguiu fazer naquele último encontro da temporada regular. Agora, se quiser ter alguma chance nesta série, terá de se virar para encontrar um meio de frear um sujeito que teve médias de 34,4 pontos, 9,0 rebotes e 7,1 assistências por jogo nos playoffs até agora, com aproveitamento de 55,7% nos chutes em geral e de 46,8% nas bolas de três.
O que isso significa na prática? Que pagar para ver o arremesso de longa distância de LeBron não tem sido uma boa estratégia para os oponentes do Cavs. E se ele bater para dentro, pior ainda. Não só porque é muito difícil proteger o aro contra ele, mas também porque a cobertura no garrafão pode abrir espaços preciosos para os chutes de longa distância, algo que pode ser especialmente perigoso contra um time que acertou 70,7% dos arremessos que deu em situações de “catch and shoot” nas duas primeiras rodadas dos playoffs.
Crowder parece ser o mais indicado para essa tarefa de tentar conter LeBron. Provavelmente é quem mais tempo passará encarregado disso mesmo, mas Bradley, Marcus Smart e até Gerald Green podem aparecer por ali. Só que o Cavs cansou de forçar trocas na série contra o Pacers, por exemplo, para que LeBron pudesse atacar contra a marcação de Jeff Teague. Então o buraco é muito mais embaixo para o Celtics, que precisará encontrar uma forma de evitar que Isaiah Thomas vire um alvo frequentemente nestas jogadas.
Minimizar o quanto conseguir os acertos do ataque rival será importante demais para o Celtics, tendo em vista a dificuldade enorme que o adversário teve durante toda a temporada para defender em transição. Mas há ainda um outro ponto que Brad Stevens terá de se preocupar bastante ao longo desta série: os rebotes de defesa. O time de Boston foi um dos piores nisso durante a fase de classificação e sofreu no começo do confronto com o Chicago Bulls em boa parte devido a isso. Ceder novas chances de pontuar para um sistema ofensivo tão poderoso quanto o do Cavs seria péssimo.
Kevin Love e, principalmente, Tristan Thompson, representam uma grande ameaça nesta questão dos rebotes de ataque. Na esteira disso, vale observar o quanto essa questão pode interferir no uso de uma formação mais baixa de Stevens, algo que deu certo especialmente na série contra o Bulls e que também funcionou em diversos momentos diante do Wizards, com Smart e Green na vaga de Johnson, deslocando Crowder para a posição quatro. É por isso que faz sentido imaginar Amir Johnson continuando como titular, e quem pode ganhar mais minutos é Kelly Olynyk, que chega para essa decisão em alta depois da grande exibição que teve no Jogo 7 contra o Wizards.
Além de se virar para segurar um pouco da altíssima produção ofensiva que o Cavs vem tendo até agora nos playoffs e de não permitir que os rebotes não machuquem tanto assim, o Celtics terá de se aproveitar das fragilidades defensivas do seu adversário, de um jeito que Raptors e Pacers não foram capazes nas duas primeiras rodadas. Até dá para imaginar isso acontecendo, principalmente se Al Horford voltar a levar a bola em alguns ataques, com Thomas correndo por bloqueios antes de ser acionado, Bradley cortando pelo fundo da quadra para surgir como opção de passe e com as bolas de três caindo.
Quanto mais essas movimentações desarrumarem a marcação e forçarem desequilíbrios, mais os marcadores do outro lado serão obrigados a reagir com rapidez para cobrir os espaços que surgirem, algo que o Cavs teve enorme dificuldade para fazer durante a temporada regular e que ninguém nos playoffs conseguiu explorar até agora. É uma arma que o Celtics vai precisar saber usar para fazer frente nesta série e aumentar as chances de vitória.
Palpite
Cavs vence a série. Talvez não seja uma nova varrida. Além do mando de quadra, o Celtics tem talento no elenco e pode explorar algumas das deficiências que o time de Cleveland mostrou na reta final de temporada regular. Mas ainda é difícil demais imaginar o reinado de LeBron James no Leste chegando ao fim. Especialmente pela forma que ele vem jogando nas últimas semanas.
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